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Um grande número de “especialistas” e articulistas de jornais, revistas, rádios e canais de televisão, enfim, da mídia, apontam seus dedos críticos à instituição Escola e, por conseguinte, ao seu maior representante, o professor. Acusam tanto os que atuam quanto os em formação inicial pelo estado precário em que se encontra o ensino no país. De tempos em tempos listas e dados estatísticos, ora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ora da UNESCO (Órgão da Organização das Nações Unidas ligado às questões educacionais), entre outros, alimentam as críticas e, sem analisar a macro-conjuntura política, econômica e social, encontram facilmente o “bode expiatório” ideal: o professor. E surgem expressões que, de tão repetidas, já ecoam entre nossos próprios pares, entre os próprios educadores: “Os professores pararam no tempo”; “Os professores não querem inovar”; “Sua formação é péssima”; “O professor perdeu sua vocação”, entre tantas outras.
Este é um registro sintomático, não da condição da Escola e de seus Educadores, mas de uma histórica falta de reflexão conjuntural daqueles que analisam o ensino formalizado.
É fato que em termos quantitativos de informação e tecnologia, muito se mudou socialmente. A quantidade de meios de exposição à informação é imensa: internet, T.V., rádio, periódicos, livros etc. Mas será que todo esse contato permitiu a formação de sujeitos com opiniões críticas sustentadas? Terão estes estímulos tornado-se conhecimento a serviço da melhoria social, seja ela individual ou coletiva? Obviamente que não, é o que a realidade nos mostra e a culpa não é somente da Escola
Hoje é lugar comum apontar a defasagem tecnológica de nossas escolas como ponto forte do fracasso da formação do aluno. Pergunto: abastecer a escola (essa mesma criticada) de computadores resolverá essa defasagem? A mudança necessária às escolas, para que estas formem alunos capacitados à vida social, passa apenas pela substituição material?
Não pretendo neste artigo defender ou refutar as inovações materiais na escola, mas sim, levantar mais questões do que as pretensiosas certezas daqueles que criticam o professor, entre elas, duas iniciais: A formação do aluno, tão duramente questionada, deve servir a quê e a quem? Em que outro espaço social há a possibilidade de reflexão sobre o papel dos sujeitos na sociedade, do que a escola?
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